A primeira crônica- O verdadeiro batismo

     Fui convidada para um batizado um dia desses, eu não gosto muito deles, mas resolvi aceitar comparecer. Chegando à igreja  observei o altar pronto para o batismo e sentei-me perto da minha amiga e ao lado de uma mãe que carregava uma menina no colo, de certo para ser batizada também, julgando pela sua pouca idade. 
     Ela era uma criança tão linda, seus cabelinhos loiros que se ondulavam no ombro, seus olhos azuis que ainda permaneciam com uma cor vibrante e suas maçãs do rosto rosadas que pareciam se avermelhar mais a cada segundo que se passava.  Porém, não eram essas características que a faziam tão linda. 
     Em geral por serem tão pequenas, as crianças choram a cerimônia inteira, mas ela não, a loirinha abria a boquinha quase sem dentes e ria descontroladamente. Fazia um barulhinho muito mais divertido do que qualquer coisa que já presenciei na vida. A qualquer movimento que eu fazia, ela soltava uma gargalhada gostosa e jogava o seu corpinho para trás, que era logo resgatado pela mãe, quem também se divertia com a brincadeira da filha. 
     Só por ver aquela criança rindo, pude aliviar todas as tensões possíveis com que entrei naquela igreja e isso me fez pensar que um sorriso também seria um tipo de batismo. Do mesmo jeito que a água da pia batismal, o som da risada daquela menina me purificou. 


(Maria Eduarda Sn)

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