Crônica sustentável
Agora ela
estava morta e os seus filhos se evacuaram do enterro. Todos tomaram as suas
famílias e de longe olharam o fogo que o vento ainda tentava apagar. Choraram
mais uma vez pelos irmãos que morreram também tentando salvar a mãe. Famílias
inteiras foram destruídas pelo incêndio que eu eles não sabiam de onde tinha
vindo. Famílias diferentes moravam ali, tinham suas divergências, mas todos
zelavam pela Mãe e o que ela impunha era respeitado por todos.
Os principais
suspeitos pelo fogo eram aqueles perversos homens da rodovia. Há muito tempo a
Mãe lutava para resistir às obras que eles tentavam iniciar no local e eles não
gostavam dela, ela estava no caminho deles e tinha que ser apagada.
Agora, com
suas famílias, eles não têm para onde ir. A Mãe era o seu único refúgio e agora
estavam condenados à morte.
E lá estava eu, uma cronista olhando a queimada
e reproduzindo o sentimento da fauna.
Maria Eduarda Nascimento