Retrospectiva

Parece que esse ano o blog tomou vertentes diferentes do que no ano passado, né? Coisa de inspiração mesmo. Fica difícil escrever só crônicas quando por dentro da gente existem inúmeras outras coisas para observar e passar adiante e peço desculpas por ter desviado um pouco desse caminho este ano. 
Levando pro lado pessoal como no ano passado: muita coisa aconteceu e muitas fases passaram, deixando outras tomarem seu lugar. Realmente, eu amadureci demais. Acho que todo mundo amadurece alguma porcentagem de um ano para o outro, muita coisa mudou na minha cabeça. Isso me leva a pensar que, francamente, nada é pra sempre. O que dói agora, amanhã passa e o que é bom hoje, amanhã fica ruim. 
Realizei um mega sonho, né? Todo mundo sabe. Fiz muitas novas amizades e desfiz algumas que não fazem muita falta mesmo. Olha, eu caí e levantei tanto, que nem dói tanto assim. 
Olhando para trás, não me arrependo de nada, me arrependo do que eu deixei de falar ou fazer, mas eu aprendi a me virar sozinha e a arriscar mais e isso já vale muito. 
Parece que todo ano eu falo isso, mas 2012 foi incrível, tomara que 2013 seja melhor, né? Pra todo mundo. E que venha faculdade, trabalho, farra, mais amigos... Que venha mais sucesso pro "Crônicas de Dudasn"!! Afinal, a gente tá arrebentando com quase 16000 acessos. 

Atenciosamente, 

Maria Eduarda Nascimento

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Monólogo


Seria possível você não saber absolutamente nada de alguém que você julgava saber tudo?
E por que às vezes parece que não era pra dar certo mesmo?
É assim quando a gente começa a se conformar?
Bom, muito bom. 


Maria Eduarda Nascimento

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O poço


Com uma gigantesca caixa em mãos olhei para o fundo. Abri. Rasguei e lancei os textos e as conversas; enchi minhas mãos com as músicas e as soltei; as fotos foram as terceiras a cair, depois as seguiram o ressentimento, a raiva e custei, mas lancei a uma grande parte da dor. Ainda restavam a aliança, a carta, a medalhinha, as lembranças e o perdão. Os quatro primeiros, eu achei melhor manter bem fechados, para não precisar, nem conseguir, vê-los.  O perdão, eu guardei no bolso da calça, para um dia conseguir usar.

Olhei mais uma vez para o fundo do poço, me despedi daquelas coisas que boiavam e me senti agradecida por não tê-las acompanhado. Coloquei a caixa debaixo do braço e fui andando na direção dos amigos que me esperavam. A joguei no porta-malas, respirei fundo, sorri e me senti segura para seguir.

Maria Eduarda Nascimento

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Nostalgia


Foi triste passar pela porteira e não conseguir encontrar tijolo sobre tijolo. Não consegui distinguir a sala, meu quarto, a cozinha. Aquelas vezes em que eu não conseguia assistir os filmes que meus irmãos estavam assistindo, por medo. Ou quando mudava os ridículos desenhos japoneses deles pelos Teletubbies. Quando nos juntávamos todos na sala para assistir as fitas que minha mãe havia alugado, enquanto ela cozinhava ou dava um pulo na casa da vó.
O campinho que eles brincavam todos os dias ainda está lá, mas a varanda em que eu assistia, querendo participar da brincadeira, não. A vala em que eu caí aprendendo andar de bicicleta está, mas o quartinho em que eu a guardava, não.
A baia dos cavalos ao lado da nossa casa, a janela do meu quarto onde eu os via todos os dias de manhã, o gesto de acaricia-los, tudo sumiu.
 Às vezes havia morcegos no teto e um dia tinha uma cobra, mas era especial quando eu e meu irmão deitávamos no sofá em L para observa-los. Era legal correr para a estante, pegar um livro e deitar naquele sofá. Quantas vezes viajei de conto em conto com os pezinhos pra cima, enquanto meus irmãos tinham saído escondido para andar a cavalo ou dar um mergulho na pedreira? 
Pareceu conveniente se mudar para cidade, deixar a casa sozinha e aparecer cada vez menos. Estávamos crescendo, evoluindo e o espaço rural não nos era mais interessante. Mas vê-la em ruínas, destruída, reativou todas as lembranças. Gerou em sentimento de culpa saber que ela passou tanto tempo reservando  o nosso passado, nos esperando, e preferimos deixá-la só, trocando tudo por milhares de reais. 
Olhando em volta agora, aquele dinheiro não valeu a pena. 

Maria Eduarda Nascimento

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Musical














Olhei para o teto. Cantava.

O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando

Uma pausa na música, um pensamento.

O mundo acaba hoje e eu não estarei dançando com você.

Hora do romance acabar.

Maria Eduarda Nascimento

(adaptação da música "Dançando" do projeto Agridoce da Pitty)

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Borrão


Com a caneta da lista de presentes de natal, enquanto ouvia meus pais discutindo o tão caro que foi mandar fazer as pequenas reformas da casa, escrevi seu nome na minha perna, o único lugar onde direcionei a minha visão. Fiquei um tempo analisando cada letra, como se buscasse nisso uma solução para o que estava acontecendo.
Não chegando a uma conclusão, continuei a escrever, como uma forma de ajuda para mim mesma, apelando para que isso ficasse como tatuagem, para que eu pudesse olhar todos os dias e lembrar e ficar orgulhosa pela escolha que fiz, para que pudesse acreditar que foi incrível, que foi o melhor para nós.
“Estou te apagando da minha vida até que você reescreva seu nome nela”. Após ler a frase várias e várias vezes, passei o dedo em cima das cinco letras do seu nome e ele enfraqueceu, virou um borrão vermelho e enfim apagou. 


Maria Eduarda Nascimento

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Crônicas da Boa vista


Enquanto tentava me esquivar da multidão o observei no meio dos pais, sentado no chão. O pai estava debruçado em materiais artesanais, assim como a mãe.  Encostada na parede havia uma rede com muitos dos acessórios já prontos. Ambos os pais tinham cabelos bagunçados, num estilo bem natural e o mesmo acontecia com as roupas. Na mão do menino tinha uma caneta com a qual tentava, como um desafio, contornar as tatuagens da mãe e depois desenhar em si mesmo. 
-


Atravessei a ponte Duarte Coelho e avistei de longe livros espalhados pela calçada e umas seis figuras revirando-os em busca de um que lhes fosse interessante. Das seis pessoas, quatro faziam parte de uma família. A mãe, relativamente simples e jovem,  segurava a mão do menor que olhava os livros infantis. O outro menino , de shorts acima da cintura e óculos de lentes muito grossas, olhava para o pai e sorria demostrando uma felicidade incomum enquanto abraçava um livro velho de capa dura e com número de paginas bem significativo para alguém tão pequeno. 
-


Peguei o ônibus e me sentei, abri um livro de Sherlock Holmes na primeira pagina, enquanto ouvia uma musica tão alta que fazia os dois senhores ao meu lado balançarem a cabeça no mesmo ritmo que eu. Uma mulher surgiu com um recém nascido no braço, vestido com um pijaminha verde água.  Distribuiu a todos um papel que dizia: “ me ajude a comprar comida pra minha família" , o que me fez abrir a bolsa na esperança de realmente encontrar algum dinheiro. Não encontrei. Devolvi o papel. Ela ficou triste, eu fiquei triste. Puxei o celular e escrevi sobre tudo que eu vi. 

















Maria Eduarda Nascimento

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Não estava lá

Fui afundando. O ar foi cortado, meus olhos fechando. Na minha mente tudo passava como um filme, como daquelas vezes que você está a beira da morte. Eu estava. Lembrei de você, das primeiras palavas que você me disse; me vi sorrindo, como fazia tempo que eu não sorria. Há muito tempo eu não sorria, você não estava mais lá. Depois vieram os sonhos, lembrei de tantos... lembrei de todos. Nenhum se realizou, não houve tempo. Foi num piscar de olhos que você se foi, lembrei disso também. Tudo seria diferente. Tudo ficou escuro. Faleci, mas você não estava lá. 

Maria Eduarda Nascimento

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Incerteza

Sabe quando você não sabe que tipo de sentimento mostrar para as pessoas? Se você está triste e isso te dói, também dói nos outros e em respectivo alguém. E se não doer? E se só doer em você? E se a outra pessoa nunca se importou? Mas e se ela se importa? 
Se você está feliz, as pessoas te vêem felizes, mas elas não sabem como você está por dentro. E se nem você sabe? Eu não sei, sei? Você sabe? 
Quando se sabe que você está fingindo uma felicidade? Quando você realmente está desligando todos os seus sentimentos para que não doa mais, porque já doeu muito? Quando vai parar de doer? E se nunca parar de doer? E se eu tiver que fingir pra sempre? Será que é melhor esquecer? 
Por que quando penso que estou pronta pra voltar, tudo me prova que não estou forte o suficiente? Eu não devo estar. Espero que um dia esteja. Espero que desligar tudo seja melhor, porque é isso que eu estou fazendo e tudo isso para que pare de doer, mas e se continuar doendo? 
                                               Maria Eduarda Nascimento

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Eu não te amo mais


Passei a minha vida toda pensando na cena que eu vi naquele dia. Nunca contei para ninguém o que invadiu os meus pensamentos desde então, ninguém compreenderia que algo tão simples pudesse abalar a vida de alguém, muito menos a minha.
A menina já era crescida, poderia estar passando pelos treze anos. Carregava na mão uma carta e sorria. Sentou-se num banco distante do meu, mas percebeu que eu a observava.
Desviei os olhos e voltei ao meu livro quando vi que um menino, um pouco mais velho que ela, chegou e sentou ao seu lado. O sorriso dela aumentou proporcionalmente e seus olhos brilharam. Já ele, nem fez questão de olhar para ela. Apenas falava algumas palavras sérias enquanto o sorriso da menina se desfazia aos poucos. Em seguida ele saiu. Não viu quando ela chorou, nem quando puxou uma caneta do bolso e rabiscou a carta. 
Quando ela foi embora, jogou o papel, que caiu próximo ao lugar onde eu estava. Tomei a liberdade de pegá-lo amassado e lê-lo.
Estava escrito: EU TE AMO DEMAIS
Mas agora, havia, com letras vermelhas, um “não” na frente do “te” e um x em cima do “de”. 




Maria Eduarda Nascimento

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Let me try

Eu não sei como explicar, mas eu acho que te conheço como ninguém.  
Eu sei diferenciar todos os timbres da sua voz, sei quantos segundos dura cada uma das suas risadas, sei diferenciar cada situação que você as usa. Eu sei quando você tem algo muito importante pra me falar e sei quando você nota que eu não estou prestando atenção. 
Sei que você tem seus próprios conceitos e que não importa o quanto eu peça, ou o que eu diga, você não vai mudar. 
Eu só queria ter a chance de tentar, pelo menos essa vez. Ter a chance de cometer as loucuras que eu sempre desejei, ter coragem pra arriscar. Talvez o problema tenha sido sempre esse e , eu juro, dessa vez eu não vou deixar que o erro parta de mim. 


Maria Eduarda Nascimento



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Seu adeus

Sabe quantos foram os dias? Eu sei. Sei as horas, sei os minutos e os segundos, porque passei toda a minha vida esperando por você. Eu aguentei boas, aguentei demais e sempre tive a esperança que um dia a resposta seria eterna. Eu sempre me enganei, porque o amor nos faz acreditar que o pra sempre não acaba, mas hoje estou aqui sentada- agarrada ao meu coração, me despedindo antes que ele se rompa - esperando o seu adeus. 


Maria Eduarda Nascimento

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Apenas esteja lá

Estar aqui significa que tudo deu certo e em alguns dias eu estarei pronta para me jogar nos seus braços. Tomara, meu amor, que você esteja lá. 
Não se preocupe com o que vai dizer, eu já sei de tudo, passei todo esse tempo sonhando o mesmo sonho. 
Não se preocupe com o que vai acontecer, eu já sei de tudo, programei esse dia toda a minha vida. 
Não se preocupe com a hora da partida, eu já sei que ela virá. Mas, amor? Apenas esteja lá, que um dia ela vai parar de acontecer. 
Basta apenas estar lá. 


Maria Eduarda Nascimento

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Seu silêncio

Quer aprender uma coisa sobre mim? Não gosto que questionem meus motivos sem a minha presença, assim como eu nunca questionaria os seus. Não interessa o que seja, se você parou para ouvir o que os outros tinham a dizer sobre mim, não merece que eu explique o verdadeiro motivo do meu ser. 
Saiba que cada pessoa tem uma história, uma mente, uma vida e várias decisões. Aquela foi a minha, não precisa entendê-la, nem estudá-la, nem discuti-la, apenas respeite em silêncio.  

Maria Eduarda Nascimento

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Você não entendeu que o que os outros falam a respeito de nós tem que entrar por um ouvido e sair pelo outro. Nós dois acabamos para sempre, porque você ouviu demais. 


Maria Eduarda Nascimento

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Infinito

Da minha vida busco uma fuga, mas fujo de coisas que eu não sei o que são. De tanta inteligência que por mim foi herdada, nenhuma parcela é dirigida ao amor ou a resolução de problemas pessoais. Por mim seria egoísta, e dos conselhos que dou aos outros, resolveria a minha vida, já que os outros não conseguem resolve-la por mim. Tenho poucos anos, muita responsabilidade, um amor, dois problemas e um sonho muito caro. 
Como resolver aquilo que não pode ser explicado? Impossível. Dos meus dias, agora prezo o isolamento que antes era inexistente. Minha mente está lacrada inclusive pra mim e ficar sozinha, pensando, sempre parece a melhor ideia. 
Estou em busca de uma felicidade que não localizei ainda. Ela pode estar ao meu lado, mas pode estar longe a 27 dias de mim. Pode estar ainda mais longe, no infinito. 


Maria Eduarda Nascimento

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Centenário


Passando por Caruaru vi a estátua do Seu Lula. Ô Lula danado de bom, meu compadre. Lula que conseguiu cativar tanta gente, como eu e a geração da minha avó. Luiz que não respeita Januário e que gosta de Juazeiro e adora Petrolina. Gonzaga não deveria ter partido, nem seu filho, nem toda essa gente linda que conseguiu espalhar a nossa semente pelo Brasil a fora. E não só no Brasil, porque o grande Lula sonhava com Moscou, dançando pagode Russo, o mesmo que parecia o frevo.
 Luiz foi um cara de prodígio, porque além de animar o forró de muita gente, era meio psicólogo e sabia que menina que enjoa de boneca só quer e só pensa em namorar.  Mas pobre Lula! Por falta d’água perdeu o gado e morreu de sede o seu alazão. Depois disso, sua vida foi andar pelo país, pra ver se um dia descansava feliz.  Mas como não descansar feliz com toda felicidade que trouxesse pro sertões e pros amigos que lá tu deixaste, Luiz? E a saudade no coração?
Luiz veio de 1912 e foi embora sem assoprar o cem velinhas, mas próximo ano, nós que o amamos, faremos isso por ele.

Maria Eduarda Nascimento

[15-12-2011, texto produzido para o acervo do blog Cangaço Groove]

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[Crônica diária] BLITZ

Uma ida inocente com os amigos a um restaurante. Desta vez existe um motorista da rodada. Aparelhos eletrônicos ligados às redes sociais, onde são avisados sempre onde existe uma blitz. Estão despreocupados.
A motorista da vez é sempre a mesma, correta demais nunca bebe e dirige.Pede sempre a mesma coisa: Lagostas e bombons de licor de sobremesa. 
A conversa segue em torno da nova chefe de departamento. As festas estavam acabadas depois da ordem imposta por ela, o trabalho se tornaria tedioso novamente. 
Depois de paga a conta, chega a vez da amiga levar todos os embriagados para casa. Conversa alta e risadas dentro do carro, a motorista continua concentrada na estrada, responsabilidade ao volante nunca é demais. 
Um a um foram descendo do carro, entregues, e por fim o último. Voltando para cara, um SMS: Blitz parada na sua avenida!!! Despreocupação.
Carteira tomada por um ano, mais quase mil reais de multa. Malditos bombons de licor!

Maria Eduarda Nascimento

*Texto desenvolvido em sala de aula, abordando a lei seca e algumas criticas em torno dela. Os bombons de licor foram uma proposta para um arranjo cômico na trama. Para total entendimento do texto é necessário algum conhecimento a respeito do tema.  

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Céu estrelado


Ela estava deitada no chão do quarto, olhando para o falso céu estrelado (bem diferente de todos aqueles que ela sonhou passar com ele).  Uma dor a possuiu porque ela nunca pode realizar esse sonho bobo, embora o céu que os cobria era o mesmo e a faixa de terra também.  Acontece que existiam muitas coisas entres eles, coisas incontáveis.
And He says:  I’ll want you forever, forever and always.
Tantas vezes abriu os armários com lagrimas escorrendo, procurando uma mala e uma troca de roupa para ir atrás dele? Mas ela não podia, não é? O mundo não é justo mesmo.  
Quantas vezes desligou o computador correndo para não imaginar o que poderia estar acontecendo do outro lado? Ele não poderia ama-la como ela o amava, poderia?
And He says: I’ll love you forever, forever and always.
Como se sentia idiota, ela nunca realizaria o esse sonho. Todas as outras eram melhores que ela, melhores em tudo. Ele não poderia estar falando sério quando “Eu te amo” saía da sua boca, mas ela gostava disso (ela gostava MESMO dele).
 Quando ele deu a maior prova de amor de todas, ela não teve mais dúvidas.
And He says:  I want you forever, forever and always. Through the good, and the bad, and the ugly. We'll grow old together,  forever and always
Agora ela está desambarcando, a viagem foi longa. Ele prometeu que estaria esperando por ela, ele não a deixaria, ela tem certeza que não.
And She says: We’ll still love each other, forever and always. 

Maria Eduarda Nascimento


[parágrafos em inglês são trechos da música "Forever and always - Parachute"]

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Por água abaixo

Vejo tudo escoando. Não sei como você tem a capacidade de agir como se nada estivesse acontecendo; eu não sou assim. Nós temos um problema e ele precisa ser solucionado antes que não precise mais - e acredite, esse tempo está chegando rápido. 
Hoje o meu diário está repleto de perguntas, perguntas sobre o nosso futuro - que eu nem sei se existirá por muito tempo.
Não entendo por que só agora você resolveu se importar com o meu jeito, deveria ter visto isso no início, me privaria de constrangimento. Eu posso tentar me mudar por você, mas eu não conseguirei. 
Preciso que tudo se resolva enquanto eu ainda me importo.

[Se esse é o único jeito de chamar a sua atenção, que assim seja!]


Maria Eduarda Nascimento

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Eu estava assistindo TV quando meu irmão contou pra minha mãe que ele havia morrido e ela transmitiu a mim a notícia como se pra mim não fizesse diferença pela pouca convivência. Mas pra mim ele fazia toda a diferença, das únicas quatro ou cinco vezes que nos encontramos ele foi o único que me cativou de um jeito que ninguém antes teve facilidade. Ele cativou a todos, até aqueles que só o viram uma vez. Ele irradiava luz e bondade e isso era transmitido a todos. 
Lembrei do dia em que depois de me dar aula, segurou a minha mão, pediu a Deus que todos os meus sonhos se realizassem, olhou nos meus olhos e falou: "Você será capaz de ser quem você quiser. É uma das poucas pessoas que eu conheci com esse dom, aproveite-o." 
Eu chorei, mas não chorei pelo carro nem por ele ter pego fogo. Chorei porque ele foi embora e nem teve a chance de saber que aquilo havia sido importante pra mim. 

                                   Maria Eduarda Nascimento

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[Crítica]

Quando eu era menor, talvez por viver em um ambiente cristão, acreditava que demoraria muito para que a religião desaparecesse (pelo menos a cristã). Fui crescendo e tentando aprender mais sobre a bíblia, mastigando cada capítulo por mim mesma, tentando criar uma convicção própria.
A religião não está ruindo, por partes, por conta das tantas direções, e sim, pela guerra que existe entre elas. Outro dia estava assistindo uma entrevista entre Marília Gabriela e um padre. Quando ele foi questionado sobre a perda de fiéis da igreja católica para a protestante, ele esboçou um sorriso e falou algo como: "Não são fiéis, pois aqueles que abandonam a igreja católica nunca pertenceram a ela e isso não nos preocupa". Eu, particularmente, esperava qualquer outra resposta. Ele me levou a ter uma interpretação ruim pelo que disse. Cristãos são cristãos e deveriam se unir em prol das suas convicções parecidas. Não existe infidelidade, pessoas que mudam de caminho não podem ser consideradas infiéis a Deus.  
Minha geração está repleta de pessoas que não creem, não sentem nem seguem qualquer tipo de conduta religiosa. Ciências como história e filosofia contribuem com a ideia de que a religião é uma fraude, uma forma de alienação para controlar a mente das pessoas.
Para mim não importa se o cristianismo foi criado por Roma como forma de alienação. Interessa que séculos antes um profeta previu a vinda de um homem, filho de Deus, que mudaria a vida de muitas pessoas, mudaria toda a filosofia existente, a relação entre o certo e o errado, pregaria o perdão, o amor, a união. Um homem que foi morto pelos seus, porque o poder não poderia ser destruído pela esperança de um povo. E mesmo que os preceitos religiosos estejam caminhando ao apocalipse, seguir os seus ensinamentos, para mim, já é o suficiente.

Maria Eduarda Nascimento

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Pipa

Corriam juntos quando os olhei. Foi uma cena digna de um filme. Ao fundo, as casas sem reboco e sob os seus pés, o trilho do trem. No céu uma única pipa meio amassada, que teimava em não querer permanecer no ar, por isso corriam. Durante o percurso, o menor caiu e machucou o joelho nas pedras. Por causa do choro uma mulher saiu da única janela que havia numa casinha de primeiro andar e mandou que todos entrassem. Foi aí que subiu uma mulher de olhos verdes e tristes no ônibus e ele seguiu caminho; mas isso é assunto para outra crônica.

[retirada da nota do celular]

Maria Eduarda Nascimento

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Alicerce


É duro ver uma lagrima estando em frente a um espelho, saber que ela é sua, que você a causou. Indiretamente foi você, não foi o que o outro disse. Você sabe que se tivesse feito melhor, aquelas críticas não seriam direcionadas a você. Atacaram o que mais ama, a única coisa que sabe fazer bem, e que cometeu um pequeno deslize agora. Sem isso, você é nada.
Você se construiu a partir disso, é o seu alicerce.Um dia você ouviu que era a base do alicerce de outras pessoas e cresceu. Hoje o andar que você construiu caiu e você vai ter que começá-lo do zero. Talvez isso faça com que o próximo seja mais resistente, são o que os outros sempre falam. Mas só você sabe o quanto lutou pra construí-lo e quanto vai lutar pra construir um novo. Essa a parte da moral que os outros não ensinam. 

 
Maria Eduarda Nascimento

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Give up

Pra você o que é o ato de desistir? Um dia você me disse que não era algo que significasse pra você, porque você nunca desistiria de nós. E você continua afirmando isso, não é? Negue?!
Você está largando aos poucos a sua brincadeira favorita, que antes tinha o meu nome. Apareceu um novo game no mercado e aos poucos você está fazendo a cabeça dos seus pais para trocar o carinho velho por ele. Eu sou aquele pião velho que um dia você disse que ensinaria aos seus filhos, pois brincadeiras antigas eram muito mais educativas; e aonde estou agora? Estou escanteado no fundo do seu baú, porque agora os seus pais prometeram que se você for bonzinho, o jogo chegará às suas mãos antes do seu aniversário.
Não conta pra todos que mudou os seus conceitos? Ou sou apenas eu, o brinquedo enganado, que você brinca às vezes para não se sentir culpado? Eu já sei que você está vindo cada vez menos me procurar e que um dia nunca mais virá. E quando eu olhar pelo buraco no baú, que fizemos juntos, verei por que você estará tão ocupado de vir me visitar. 


Maria Eduarda Nascimento


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Carta deixada embaixo da porta

Meu nome você sabe, você foi a primeira a saber. Sou um menino ainda, mas escrevo aqui com sinceridade. 
Hoje acordei não sabendo que era feriado, a minha professora que me disse. Ela entrou na sala contando uma história triste de uma mulheres que foram queimadas ainda vivas por um homem malvado que era dono da fábrica, por causa delas era feriado. Falou também que antes as mulheres eram maltratadas e não tinham direito de nada, só de cuidar da casa e do marido.  Hoje elas podem trabalhar, viverem sozinhas e até nem ter marido. 
Lembrei que você não tem e entendi por que você trabalha tanto. 
Feliz dia da mulher, mãe. Eu te amo. 

(Carta de um menino)


Maria Eduarda Nascimento 




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Crônica sustentável


Agora ela estava morta e os seus filhos se evacuaram do enterro. Todos tomaram as suas famílias e de longe olharam o fogo que o vento ainda tentava apagar. Choraram mais uma vez pelos irmãos que morreram também tentando salvar a mãe. Famílias inteiras foram destruídas pelo incêndio que eu eles não sabiam de onde tinha vindo. Famílias diferentes moravam ali, tinham suas divergências, mas todos zelavam pela Mãe e o que ela impunha era respeitado por todos.
Os principais suspeitos pelo fogo eram aqueles perversos homens da rodovia. Há muito tempo a Mãe lutava para resistir às obras que eles tentavam iniciar no local e eles não gostavam dela, ela estava no caminho deles e tinha que ser apagada.
Agora, com suas famílias, eles não têm para onde ir. A Mãe era o seu único refúgio e agora  estavam condenados à morte.
               E lá estava eu, uma cronista olhando a queimada e reproduzindo o sentimento da fauna.


Maria Eduarda  Nascimento

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Agora ele estava ali, olhando fixamente pra mim. Desviei o olhar (fico constrangida quando percebem que eu estava olhando). Mas eu não conseguiria irrelevar a cena: Estava com uma colher nas mãos, não havia outros talheres, seu prato estava esborrando por todos os lados, o cabelo bagunçado, vestes rasgadas e rosto bem sujo. 
Mesmo aparentando muita fome, impediu a mastigação e sorriu pra mim. Retribui o sorriso, tentando imaginar a  história por trás daquele prato de comida. 


Maria Eduarda Nascimento

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Afogamento

Eu estou afogando você com os meus sonhos e você está me apagando com os seus. Você disse que tudo isso era para mim, mas não é, não tente me enganar,  tudo isso é por você e você não está errado. Seja egoísta mesmo, não me coloque como primeiro lugar na sua vida, porque isso não é certo. Só não quero que você me engane , nunca faça isso, porque eu sou uma pessoa especial, saiba. E eu sei que você me ama e não vai querer me perder, sei que vai se assustar a mensagem que eu deixei e vai me ligar em seguida, afinal, você não está sabendo do que se passa na minha mente, não é? Nem eu sei. Só tenho medo de perder você e que nossos planos nos afastem. E talvez aconteça, mas por favor, vamos tentar evitar. 


Maria Eduarda  Nascimento

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Eu estava num momento difícil quando você apareceu, me fez rir e me consolou. Quando eu chorei, você se mostrou presente e confiei em você. Foi uma época em que, por falta de experiência, não sabia a dimensão das besteiras que eu fazia. A confiança em você se transformou em amor e um dia a gente se envolveu tão fortemente que pensei que não viveria sem você, e não estava de toda errada, sabia? Eu não consigo tirar você da minha vida, nem romper a ligação que temos, nem se fosse um desejo meu. Você apareceu  para me ensinar, para me guiar e eu nasci para retribuir. Pode ser amor fraternal, ou não, mas não quero te perder.  
Eu nunca te vi, nem sei o formato do seu rosto e eu não me importo nem um pouco com isso. Eu te amo de verdade, amigo.



Maria Eduarda Nascimento

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Queria ter controle sobre mim quando estou perto de você, ter a vantagem de me policiar. Começarei a tentar esta virtude. Perto de você sou uma idiota, uma criança perfeita, alguém puro e, mesmo assim, você parece não notar que um dia fui uma pessoa diferente. Eu ainda tenho esse alguém dentro de mim e , como você não percebeu, vou trazê-lo a tona. 
Não queria que fosse preciso, mas agora você vai estar lidando com uma mulher.  



Maria Eduarda  Nascimento

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SMS

Acordei e vi a mensagem que você me mandou: uma música. Você quer mesmo que eu leve a letra dela adiante? Você disse mesmo que não vai desistir de mim? Com tudo que se passou, você quis dizer mesmo isso? Preciso de uma resposta. 


Atenciosamente,
D.


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Desabafo

Às vezes o dom de um escritor se limita, porque não se pode escrever tudo o que se pensa. Como dói ver uma cena que tem  que ser pensada e repensada, avaliada a respeito do resultado que teria entre os leitores. Também queríamos escrever mais a respeito de nós, escrever as crônicas da nossa vida. Escritores são repletos de histórias pessoais, histórias incríveis, mas  não se pode incluir personagens que são conhecidos pelos leitores, não se sabe a que isso levaria. Desculpem o desabafo, mas escritores não sabem guardar sentimentos. 

Maria Eduarda Nascimento

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Homenagem a alguém especial

Saber que nunca estou sozinha e mesmo quando falho, tu estarás junto a mim. Como compreender tamanho amor, que me perdoa mesmo sem eu ter pedido perdão? Eu, que sou inconsequente e me deixo dominar pelas coisas erradas, com a desculpa de que ser jovem é errar pra aprender, no fundo eu sei que isto não existe. Sou e estou quase sempre tão distante e na hora do choro, quando vou te procurar, tu abres os teus braços, me abriga, me consola e diz que tudo ficará bem, e só assim eu consigo dormir em paz. 
Todos os livramentos e proteções. Quantas vezes me livraste do mal e da morte? Como se não bastasse sofreste e morreste por mim e por pessoas que sequer pronunciam o teu nome e tu não te arrependes disto. 
Sei a relação que temos e sei do meu amor por ti. Sei que mesmo no pecado, foste ao me ouvido e falaste: "Filha, não temas, nem anseies, pois o teu presente está guardado e eu não te privarei do teu sonho. Não se preocupes, não se aflijas, apenas creia, porque virá."

Por isto tudo, Jesus, muito obrigada.  



Maria Eduarda Nascimento

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Quase um sonho


Levantei sabendo que estava mais próxima dele.  Nunca me arrumei tão rápido e nunca esperei tão traquilamente pela saída, só por que sabia que ele estaria esperando por mim, pacientemente. Eu não queria esperar mais um ano para vê-lo, queria voltar sabendo a data em que nos encontraríamos. Peguei as pastas, entrei no carro, foi difícil estacionar e quase batemos em um táxi. 

As portas estavam abertas quando nós chegamos e mudamos um pouco a rota do encontro, mas independente do dólar, com as Graças de Deus, dia 28 de junho estou partindo para encontrá-lo e só largo dele dia 27 de julho, com muito sacrifício. 

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Bilhete

Às vezes me sinto má com você, porque sei que o seu sentimento é mais forte que o meu. Não preciso de muito para chegar a esta conclusão. Aqui, escrevendo o bilhete, relembro a nossa briga.  No fundo eu sabia que você não era culpado, que era em um momento em que você não tinha descoberto ainda o que sentia por mim. Mas quando a gente está errado, tenta encontrar erro nos outros para se sentir melhor, sempre é assim. 
Você não merece os meus erros, então estou indo embora. Desculpe por ter sido por bilhete.

Atenciosamente,
a sua ex pequena.

    

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Agradecimentos e esperanças da autora


Queria começar desejando um feliz ano novo a todos! Tenho certeza que todos já fizeram os seus planos para 2012 e parte deles irá se realizar durante esse ano.Como todo mundo, eu também já fiz os meus planos, mas diferentemente, eu não fiz desejos na contagem regressiva. Planos são diferentes de desejos, porque desejos nós esperamos acontecer e planos nós lutamos para que aconteçam, isso é muito importante. 

Se me permitem ser pessoal, 2011 foi um ano incrível pra mim. Pude perceber a maior união das pessoas ao meu redor; o crescimento da família e sua superação a respeito das tantas perdas;  amei, deixei de amar e amo novamente; fiz muitos amigos e rompi com alguns antigos; sofri com a separação de alguns outros, que se uniram a outras pessoas, antes mesmo de eu imaginar o distanciamento, que é muito mais que natural. 
Eu pude ver o blog crescendo e as pessoas dando mais valor ao que eu mais amo fazer (fiz parcerias) e isso foi com certeza a coisa mais importante do ano. Mudei e amadureci muito, muito mesmo e aprendi muito com os tantos erros. Saibam que quebrar a cara é muito bom, sou prova disso! 

Em 2012 quero terminar tudo que comecei em 2011, tenho uma lista de conquistas que não podem passar do dia 31 de dezembro de 2012, e não estou nem aí se o ano está ameaçando acabar antes disso, do futuro só Deus sabe e se Ele me permitiu planejar tudo, que, se for da Sua vontade, Ele me permita por a mão na massa. 
É um ano de despedidas, minha turma do Senai sabe o que é isso, minha turma do colégio ainda mais, que talvez eu abandone antes do fim do ano. Ano de descobertas, de novas experiências, de realização de sonhos. Vou passar o ano todo me testando e não estou me referindo só ao vestibular. Mas do que adianta tantos planos, se depois vem o destinho e muda o sentido de todas as coisas?!

Cada novo ano é uma oportunidade para mudança, para planejamento. Repetindo a frase mais clichê do réveillon: Este é um livro novo, com páginas em branco, que você tem a oportunidade de preencher. 


Só tenham cuidado com o que irão preenche-la. 

Maria Eduarda Nascimento

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Crônica de Ano Novo

Minha tia entrou no quarto feliz, falando que tinha encontrado a dinâmica perfeita para fazermos após o romper do ano. Era uma daquelas em que palavras soltas no texto representam ações que temos que fazer durante a brincadeira. As palavras eram : Amor, paz, solidariedade, ética e bem vindos. Cada uma significava, respectivamente: abraço, trocar de lugar, beijo na testa, aperto de mão e salva de palmas. Acontece que ela não tinha mais o texto da brincadeira e me pediu para escrever um novo. Só tinha poucos minutos, então, escrevi este: 

Luiza morava em um orfanato e todos os anos havia duas festas em dezembro. O natal, Luiza sabia o que significava, mas a outra festa não. Um dia perguntou a freira qual era o nome da confraternização e ela respondeu que se chamava “Ano Novo”. Luiza tornou a perguntar o que significava e a freira apenas disse: “Pequenas pessoas não sabem o que significa o ano novo”.
A partir daí se dedicou a procurar saber o que um ano novo significava. Uns lhe falaram com muita ética que era o momento de solidariedade, assim como o natal. Solidariedade Luiza sabia o que era, era tratar com amor e respeito as pessoas que estão ao nosso redor.  Tínhamos que dar o amor e a paz que elas precisavam.
Outros lhe contaram que as pessoas passavam as festas vestidas de branco, para celebrar a paz que desejariam para o ano seguinte. Outras de azul, rosa, amarelo, todas as cores significavam uma virtude e Luiza adorou saber de tudo isso. Ficou pensando na ética que a freira não tinha, não era nada demais explicar aquelas coisas pra ela, crianças como ela poderiam entender.
Ética, amor, amor, paz, paz, solidariedade. Palavras difíceis e tão bonitas! Com elas Luiza formou o seu próprio conceito de Ano Novo: “É a festinha do ano em que todos comemoram as coisas boas que aconteceram no ano anterior e torcem para que aconteça tudo de melhor no ano que virá. Compartilham amor e têm solidariedade umas com as outras e torcem, unidas, que o ano seguinte seja repleto de paz.”

           Os visitantes começaram a chegar e Luiza, muito bonita junto das outras crianças, na porta os recebia com um: “Bem vindos” .

Maria Eduarda Nascimento

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